A Marcha da Maconha foi às ruas de São Paulo neste sábado (14), reunindo o movimento antiproibicionista, profissionais da saúde, estudantes, sem-terra, indígenas e mais um monte de gente. Foi a 17ª edição na maior capital brasileira de uma mobilização social que reivindica muito mais do que a descriminalização da maconha para uso adulto.

“O clima está tenso: reparação, direitos e liberdade” é o tema deste ano. O recado é um contraponto à violência policial, o populismo penal e os ataques às políticas públicas de cuidado em liberdade.

A Marcha da Maconha reivindica em São Paulo e em outras cidades Brasil afora, como o Recife, a regulamentação da produção, distribuição e consumo de substâncias; e o fim do danos sociais causado pela atual política de criminalização.

O ato transcorreu na Avenida Paulista sem incidentes entre manifestantes e polícia. Quem me conta são a jornalista Tatiana Diniz e o fotojornalista Alexandre Gondim, que acompanharam toda a passeata.

Manifestantes reuniram assinaturas para um abaixo-assinado que pede a revisão da pena das pessoas que estão privadas de liberdade por porte de até 40 gramas de maconha.

A iniciativa tem consonância com a decisão do Supremo Tribunal Federal que definiu, no ano passado, este limite como um dos critérios para diferenciar usuário de traficante. 

O abaixo-assinado foi mobilizado pelo Mandato das Pretas, o da vereadora Luana Alves (Psol-SP) e o da deputada federal Sâmia Bomfim (Psol-SP). Ela é uma das autoras do projeto de lei que trata da anistia para quem está preso por porte de maconha de até 40 gramas. 

“É uma anistia para garantir que ninguém seja preso por usar uma planta, que é a maconha”, disse Letícia Chagas, do Mandato das Pretas, ao portal Poder 360.

O Brasil tem a terceira maior população carcerária do mundo. Hoje, aproximadamente, 183 mil pessoas estão presas por tráfico de drogas. Deste contingente, pelo menos 19 mil homens e mulheres estão no cárcere por porte de maconha até esta quantidade, segundo dados do Conselho Nacional de Justiça.